quarta-feira, 27 de agosto de 2014

A Estrela de Davi e o Judaismo

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Estrela de Davi (em hebraico: מגן דוד, traniteralção. Magen David), conhecida também como escudo supremo de Davi (David), é um símbolo em forma de estrela formada por dois triângulos sobrepostos, iguais, tendo um a ponta para cima e outro para baixo, utilizado pelo judaísmo e por seus adeptos. Outro nome dado a este símbolo é "Selo de Salomão".
A palavra magen significa escudo, broquel, defesa, governante, homem armado, escamas. O substantivo magen, refere-se a um objeto que proporciona cobertura e proteção ao corpo durante um combate. A estrela de Davi (chamada de Escudo de David), é um símbolo real, um selo de realeza representativo do reinado de David sobre a Terra, e por extensão do futuro Reino Messiânico sobre a Terra. Quando as nações pagãs iam à guerra, muitas vezes pintavam figuras para inspirar medo aos adversários nos escudos dos seus próprios soldados (tais como dragões, cobras, etc.) No entanto, em Israel, o símbolo é o escudo de David.
O nome David em hebraico é composto de três letras na seguinte ordem: Dálet-Vav. Dálet. No hebraico antigo, a letra Dálet tinha a forma semelhante a um triângulo com vértice para cima.
Quando este símbolo foi gerado, não sabemos ao certo, no entanto sabemos que este símbolo é geometricamente construído em forma de estrela com as duas letras Dálet que compunham o nome David (entrelaçando-as, e girando uma das letras em 180o. para que seu vértice se colocasse para baixo). Com o tempo, este símbolo tornou-se símbolo da nação de Israel e do povo judeu, estando presente na própria bandeira de Israel.
No entanto, há um significado maior na estrela de David, que gostaria de comentar. A estrela de David é um símbolo do Messias de Issrael, a saber, Yeshua HaMashiach (Jesus Cristo).
Ele mesmo diz em Apocalipse 22:16, Eu, Yeshua, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas às congregações. Eu sou a Raiz e a Geração de David….O próprio Messias Yeshua, é da linhagem de David e se assentará no Trono de David no seu Reino Milenar na Terra, sendo então que o escudo de David representa por assim o futuro Reino Messiânico de Yeshua sobre a Terra.
O que é mais tremendo do fato da estrela de David em sua representação do Messias Yeshua é o testemunho da sua natureza. Nas palavras do Rabbi Shaul. Colossenses 2: 8-9
8. Cuidado que ninguém vos venha enredar com a filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo o Messias; 9. Porquanto nEle, habita corporalmente, toda a plenitude da Divindade.
A estrela de David é composta de DOIS triângulos. Um representa Yeshua como homem (sendo que os três lados representam a tríplice divisão do homem: ele é um espírito que possui uma alma (mente natural) e que habita num corpo físico). E o outro triângulo representa Yeshua como Deus. Os três lados deste outro triângulo fala na manifestação de Deus nas Pessoas de HaAv, HaBen e HaRuach Hakodesh. (Pai, Filho e Espírito Santo). A união dos dois triângulos falam da tarefa de Messias Yeshua de ser Mediador e Reconciliador entre Deus e o homem.
Assim todas as vezes que os filhos de Israel olham para a estrela de David, estão olhando e vendo um testemunho de Deus quanto ao próprio Messias.
Essa visão, aqui apresentada me parece corresponder ao que pensa o judaísmo messiânico .

Paralelo entre Calendário Judaico e o Gregoriano


terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Chanukah - A festa das luzes...



No vigésimo quinto dia de Kislev, 168 a.C. o Rei Antiochus da Síria, conquistador da Palestina, mandou colocar uma estátua de Júpiter no Templo de Jerusalém. Isso fez parte de seus esforços para impor à população judaica os costumes pagãos gregos; o rei sírio queria extirpar o modo de vida judaico e implantar no lugar dele o paganismo do modo de vida helenístico.
A violação da santidade do Templo foi somente um primeiro passo na sua campanha contra a religião judaica; ocorreram muitos outros. A observação do Shabat e das festas judaicas era proibida, sob pena de morte. Os judeus foram obrigados a oferecer sacrifícios nos altares gregos e comemorar seus festivais. Os rolos da Torá eram destruídos e seus detentores assassinados.
Mas Antiochus, na sua determinação em destruir o judaísmo, não contava com a existência de um pequeno grupo de homens valentes. Matatias, o Hasmoneu – um velho sacerdote da vila de Modi’in – e seus cinco filhos, seguidos por outros fiéis, fugiram para as montanhas onde deram início a uma rebelião. Quando Matatias morreu, seu filho Yehudá tornou-se líder dos revoltosos, que receberam o nome de “Macabeus”, das letras iniciais de seu grito de guerra: Mi kamocha B’elim Adonai – “Quem entre os poderosos é como Tu, ó D-us?” (Êx 15:11). Outra interpretação é que o nome “Macabeu” foi derivado da palavra hebraica makevet, que significa “martelo”, devido à grande força física de Yehudá.
Apesar das condições inferiores dos Macabeus frente ao inimigo poderoso, eles conseguiram expulsar o exército sírio da Terra Santa.
“Quando os gregos entraram no Templo, profanaram todas as reservas de óleo dali; e os hasmoneus – após a vitória sobre os gregos – encontraram um único cântaro pequeno de óleo puro inviolado, ainda com o selo do Sumo Sacerdote. Normalmente, esta quantidade de óleo seria suficiente para manter a menorá acesa por apenas um dia; mas um milagre aconteceu, e o óleo durou oito dias.
No dia 25 de Kislev do ano 165 a.C., exatamente três anos após a profanação do Templo por Antiochus, a menorá voltou a brilhar.
A menorá especial usada para comemorar o milagre de Chanucá é chamada de "chanukia". Ela possui oito braços, todos do mesmo nível, correspondendo aos oito dias do feriado, além de um braço elevado adicional para o shamash, a vela auxiliar com a qual acendemos as outras. É costume se colocar a chanukiá no peitoril da janela para que as pessoas de fora possam vê-la, divulgando assim o milagre do óleo. As velas são acesas após o pôr-do-sol, com exceção de Sexta-feira à noite, quando elas são acesas antes das velas do Shabat.
Acende-se o shamash e o seguramos, enquanto cantamos a seguinte bênção:
Baruch ata Adonai Eloheinu melech ha ‘olam asher kid’shanu b’mitzvotav v’tsivanu l’hadlik ner shel Chanucá.
Bendito sejas Tu, ó Eterno, nosso D-us, Rei do Universo, que nos santificaste com Teus mandamentos e nos ordenastes acender a vela de Chanucá.

Porque o Sevivon faz parte da festa de Chanuká?

O Sevivon é um pião de quatro faces, em cada uma das quais se acha inscrita uma letra hebraica; nun, gimel, hei e shin. Estas letras formam as iniciais da frase Nes Gadol Hayá Sham, que significa “Um grande milagre aconteceu lá”. (Em Israel, a letra shin é substituída pela letra pei, inicial da palavra pó, “aqui” – formando-se assim a frase Nes Gadol Hayá Pó, “Um grande milagre aconteceu aqui”).
Os Rabinos observaram um fato interessante com relação às quatro letras hebraicas usadas na diáspora: o valor numérico destas letras dá um total de 358 (num = 50, gimel = 3, hei = 5 e shin = 300), que é o mesmo valor total das letras da palavra Mashiach “Messias” (mem = 40, shin = 300, yod = 10 e chet = 8).
De acordo com a tradição, o uso do pião em Chanucá remonta à época anterior à revolta macabéia. Os sírios, no esforço de eliminar o judaísmo, proibiram reuniões de estudo da Torá; os infratores seriam punidos com a pena de morte. Para poderem continuar os estudos da Tora, os judeus resolveram fingir que essas reuniões eram de mero lazer. Assim sendo, cada vez que um fiscal sírio se aproximava, eles se punham a girar o pião.

O sentido espiritual

A luz da chanukiá faz com que reflitamos sobre o significado contemporâneo de chanucá. A essência desta festa está na nossa dedicação a causa do Senhor e na rededicação da nossa vida diante do altar do Senhor, santa, sem mácula e pura.
Devemos aprender com os nossos irmãos Macabeus a não nos calarmos ainda que tenhamos que pagar com a nossa própria vida. Não devemos aceitar passivamente que o templo do Senhor (físico e espiritual) seja profanado. Temos que nos levantar e lutar com as nossas armas espirituais que são poderosas em Ieshua o Messias. Não podemos mais conviver com o mundo entrando na igreja e nas nossas vidas. Não existe ninguém capaz de impedir o agir do Espírito o Santo, quando lutamos pela causa do Senhor. Mas essa luta tem que estar de acordo com a afirmação do Profeta Zacarias: “Não pelo poder, nem pela força, mas sim pelo meu Espírito, diz o Senhor Todo Poderoso” (Zc 4:6).
Temos que tomar uma posição diante do D-us Todo-Poderoso, de entrarmos no templo, arrancarmos todo o lixo que foi jogado lá dentro e reconsagrarmos a D-us novamente.
Que possamos estar revoltosos, como os Macabeus ficaram ao verem o templo de D-us ser profanados com outros deuses.
Nós temos o provedor do óleo. O ÓLEO NÃO ACABOU! Ele está disponível para que possamos manter acessa a lâmpada do Senhor continuamente. O dono do óleo é que ficará encarregado de fazer os milagres, nós somos somente os vasos que armazenam o óleo.
Não devemos nos esconder nem assimilarmos o padrão do mundo, mas devemos transforma-lo com a renovação da nossa mente, não usando armas carnais, mas sim armas espirituais, que são poderosas para estabelecer a vontade de D-us para neste tempo do fim.
O nosso convite para você nesta festa de chanuká, é que você reflita sobre a tua própria vida. Um grande milagre ocorreu no templo, pois um óleo que duraria somente um dia, rendeu oito dias. A chama do Espírito Santo ainda continua acesa no seu coração, ela não se apagou, ainda que ela não esteja brilhando como devia. D-us pode neste tempo fazer milagre em tua vida. Se você precisa de mais óleo, o único que pode lhe conceder é o Espírito de D-us e se você clamar com certeza Ele te ouvirá.
Nós somos o templo onde habita o Espirito de D-us, por isso cabe a nós sermos os atalaiais do Senhor nesse tempo do fim. A tarefa de estabelecer o reino de D-us na terra foi dada a nós, filhos do Senhor. Que possamos lutar a favor do Senhor, pois Ele pelejará por nós e termos o nosso grito de guerra:
MI KAMOCHA B’ELIM ADONAI – “QUEM ENTRE OS PODEROSOS É COMO TU, Ó D-US?” (Êx 15:11)

 A festa de Chanucá é celebrada durante oito dias, do dia 25 de Kislev ao 2 de Tevet (ou o 3 de Tevet, quando Kislev só tem 29 dias). Durante esta festa se acende uma Chanukiá, ou candelabro de 9 braços (incluindo o central e maior, denominado Shamash, ou servente). Na primeira noite acende-se apenas o braço maior e uma vela, e a cada noite se vai acrescentando uma vela, até que no oitavo dia o candelabro está completamente aceso. Este ritual comemora o milagre do azeite que queimou por oito dias no candelabro do Templo de Jerusalém .

 Antes do século XX, o Chanucá era um feriado relativamente menor. Contudo, com o crescimento do Natal como o maior feriado no Ocidente e o estabelecimento do estado moderno de Israel, o Chanucá começou a servir crescentemente tanto como celebração da restauração da soberania judaica em Israel e, mais importante, como um feriado para se dar presentes voltado para a família em Dezembro que poderia ser um substituo judaico para o feriado cristão. É importante notar que a substituição pelo Natal não é universalmente aceito, e muitos judeus não tomam parte nesta significação extra naquilo que eles consideram um feriado menor. Crianças judias, primariamente entre os Ashkenazim, também jogam um jogo onde eles giram um pião de quatro faces com letras hebraicas chamado de dreidel (סביבון sevivon em hebraico) .

Datas em que cai no calendário Gregoriano

O Chanucá começa na noite da véspera dessas datas.
 Fontes:http://www.shemaysrael.com, Wikipédia

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Talmud - A toráh oral

Para entender o que são a Mishná e o Talmud, você precisa primeiro entender o que é a Torá. Para começar, a Torá é bastante vaga, por exemplo, a Torá diz "não trabalhar" no Shabat. Mas o que é "trabalhar?" Para responder a esta e outras perguntas, D'us explicou toda a Torá oralmente a Moshê. Moshê então explicou a Torá inteira oralmente ao povo. Esta explicação, portanto, é denominada Torá Oral.

No Monte Sinai, foram entregues duas Torot: a Torá Escrita (o Pentateuco) e a Torá Oral. A Torá Oral inclui desde leis e ramificações das leis da Torá Escrita, até estudos sobre a parte oculta da Torá e comentários e explicações sobre as mitsvot. Tanto as leis que foram entregues a Moshê no Sinai, quanto as conclusões e explicações alcançadas em cada geração são consideradas parte da Torá Oral.

No início, a Torá Oral era de fato oral, ou seja, era passada de boca em boca, e assim transmitida de geração em geração. No entanto, aproximadamente no final da época do Segundo Templo, os Sábios temeram que a Torá Oral fosse esquecida. O Império Romano ganhava força, e com isso o povo de Israel estava sendo espalhado pelo mundo, sofrendo várias tragédias. Caso não arrumassem aquilo que se estudava em cada Beit Midrash (casa de estudo) na forma escrita, o contato entre eles seria perdido. Então, os Sábios decidiram escrever tudo aquilo que era estudado, e as diferentes opiniões de cada Beit Midrash. Mil e quinhentos anos após a outorgada da Torá no Monte Sinai, escreveram a Mishná.

Após um certo tempo, no entanto, perceberam que a Mishná havia sido escrita de uma forma bastante resumida, e as pessoas acabariam esquecendo todas as explicações e motivos que havia por trás da Mishná. Foi então que resolveram compilar o Talmud, explicando as opiniões dos Sábios sobre a Mishná.

Existem dois Talmudim: o Talmud de Jerusalém (Yerushalmi) e o Talmud da Babilônia (Bavli), escritos pelos Sábios judeus das respectivas cidades. O Talmud da Babilônia é mais claro, e portanto é o mais estudado. Ele é organizado em sessenta tratados. Hoje em dia, no entanto, possuímos apenas trinta e sete tratados.

Os 63 volumes da Mishná são divididos em seis seções, cada uma sobre uma área diferente da antiga vida judaica: Agricultura, Dias Festivos, Lei Civil, Relações Familiares, Sacrifícios no Templo Sagrado e Pureza Ritual. Quarenta deles acompanham o comentário talmúdico, consistindo de enormes livros abarrotados de escrita em aramaico, um idioma semítico extinto que usa o alfabeto hebraico. O Talmud segue a estrutura de seis seções da Mishná.

Como posso estudar o Talmud?

1 - Evite estudar sozinho

Embora o estudo do Talmud tenha entrado na moda, próximo ao estudo da Cabalá, jamais deve ser estudado sozinho - você apenas ficará confuso. Mesmo com o crescente número de volumes bem traduzidos e elucidados à disposição atualmente, o estilo do Talmud é tal que não se pode superá-lo, não importa o quanto tente.

2 - Estude com um parceiro ou com um grupo

OK, então você decidiu estudar o Talmud por si mesmo, usando sua versão novinha em folha. Está na terceira página, e empaca - alguma coisa não faz sentido. Os comentários ajudam, mas não completamente - o que fazer? Antecipando este problema, os rabinos instituíram aquilo que pode-se chamar de "sistema de coleguismo" conhecido como chavrutá, em hebraico - sempre estudar Torá, e especialmente o intricado e desafiador Talmud - com um parceiro.

3 - Lembre-se do que está fazendo

O Talmud não é apenas uma exposição massuda da lei e doutrina judaicas - é parte da Torá. Em outras palavras, não é apenas outro livro - é um livro judaico. Ao estudar Talmud, lembre-se que está estudando Torá, e que a Torá deve ser abordada com respeito e humildade.

 
     
   

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Calendário do Hosh Hashaná

Ano hebraico Início (desde o pôr do Sol do dia anterior até o anoitecer do dia posterior - aproximadamente 49 horas)
5763 6 de setembro de 2002
5764 26 de setembro de 2003
5765 15 de setembro de 2004
5766 3 de setembro de 2005
5767 22 de setembro de 2006
5768 12 de setembro de 2007
5769 29 de setembro de 2008
5770 19 de setembro de 2009
5771 9 de setembro de 2010
5772 29 de setembro de 2011
5773 17 de setembro de 2012
5774 5 de setembro de 2013
5775 25 de setembro de 2014
5776 14 de setembro de 2015
5777 3 de outubro de 2016
5778 21 de setembro de 2017
5779 10 de setembro de 2018
5780 30 de setembro de 2019
5781 19 de setembro de 2020
5782 7 de setembro de 2021  

Rosh Hashaná



Este nome é atribuído pela tradição rabínica ao dia da concepção do mundo. Portanto neste dia começa o novo ano judaico.[1].
A primeira citação escrita deste nome está na Mishná no tratado de Rosh Hashaná[2]. Lá cita-se que existem quatro começos de ano diferentes. O primeiro dia do mês de nissan marca o começo da contagem dos anos de reinado dos reis de Israel na Bíblia e o começo do ciclo das festividades judaicas de acordo com a Torá. O primeiro dia do mês de elul corresponde ao início do ano para assuntos ligados ao dízimo animal (quando era necessário dar aos sacerdotes 1/10 dos animais nascidos neste ano até aquela data). O primeiro dia do mês de Tishrei é o começo do ano para a contagem dos anos a partir da criação do mundo (de acordo com a tradição judaica), do ciclo de sete anos e do ciclo de 50 anos - segundo leis específicas da Torá. E o último dos começos de ano é o dia 15 do mês de shevat - o ano novo das árvores, quando se conta a idade das árvores e que se refere a leis da Torá sobre a proibição do consumo dos frutos de uma árvore até completados quantro anos desde a sua plantação na terra de Israel.

Yom Teruá (dia do toque do shofar)

Segundo a Torá, é o dia do toque das trombetas - ou do shofar. Geralmente o shofar é feito de chifre de carneiro, mas pode ser usado o chifre de qualquer animal kosher, exceto a vaca. [3] A primeira citação deste nome está na Torá no livro de Bamidbar [4]. O toque do shofar é um preceito da Torá de alta importância neste dia e é interpretado pelos sábios do Talmud como um sinal sonoro para incentivar o sentimento de arrependimento por atos errados que os membros da congregação possam ter cometido.

Yom Hadin (dia do juízo)

De acordo com a tradição judaica Rosh Hashaná é o dia em que D'us julga todas as almas em relação ao próximo ano. O ano novo judaico é tomado como um dia de introspecção e reflexão sobre os atos passados no ano anterior, e de pedidos e rezas para o ano vindouro, ou seja, um dia de julgamento pessoal que cada um deve fazer de si mesmo.

Yom Hazikaron (dia da memória)

De acordo com a tradição judaica, neste dia são envocadas as recordações de nossos atos perante D'us para que Ele faça o nosso julgamento. E por isso uma parte da reza de mussaf de Rosh Hashaná (chamado zichronot: "lembrança") é dedicada à recordação de fatos bíblicos que têm como objetivo evocar a piedade divina durante o julgamento.
Este dia também é chamado na Torá de Yom Teruah (dia do som das trombetas) ou Zichron Teruá (dia da lembrança no nome de D'us)[5]

Tradições e costumes


Rosh Hashaná entre judeus ortodoxos na Holanda
A comemoração é efetuada durante os dois primeiros dias de tishrei, conforme o costume pós-exílico, para se garantir a comemoração no dia correto nas comunidades da Diáspora. Começa no pôr do sol do dia anterior e segue até o anoitecer do dia posterior.

Rezas

Selichot (desculpas)

Há o costume de recitar poemas e orações ligadas ao pedido de perdão antes do amanhecer durante o mês de elul, segundo os judeus sefaradim ou, segundo os judeus asquenazim, a partir da semana que antecede Rosh Hashaná. Ademais, nos dez dias a partir de Rosh Hashaná (os chamados Yamim Noraim), as orações (selichot) e poemas religiosos (piyuttim) são intensificados juntamente com as orações normais.

Hatarat Nedarim (anulação das promessas)

É um costume muito forte, na véspera de Rosh Hashaná, de fazer-se uma confissão de promessas não cumpridas (normalmente usando-se um texto genérico que engloba varios tipos de promessas que podem ter sido feitas e não cumpridas durante o ano passado), diante de três pessoas para que elas anulem em nome da comunidade estas promessas e permitam às pessoas entrarem no novo ano sem uma dívida perante D'us ou as pessoas. Quem não fez esta cerimônia na véspera de Rosh Hashaná, poderá fazer durante os 10 dias até Yom Kipur, ou mesmo depois durante o ano.

Kitel

Kitel é uma roupa feita de um tecido branco simples, sem bolsos, que, em algumas congregações, costuma-se vestir durante as rezas na sinagoga ou em outras congregações. Somente o Chazan (que conduz a reza) a veste.

Shofar


O Shofar, cujo toque marca a prece de mussaf.
O shofar é um chifre de animal (geralmente carneiro) trabalhado de forma que seja possivel emitir som ao soprá-lo.
Escutar o toque do shofar é o mandamento mais especial deste dia. Na manhã dos dois dias de Rosh Hashaná, durante a reza de mussaf, um representante da congregação executa 100 toques, que devem ser ouvidos por todos os judeus nas sinagogas ou fora delas. Esses toques são classificados em três tipos, sendo alternados em grupos diferentes e divididos em quatro diferentes partes da reza de mussaf.
Os três tipos de toques são:
  • Tekiá - é um toque uníssono prolongado de aproximadamente cinco segundos.
  • Shevarim - são três toques consecutivos de aproximadamente um segundo cada, com intervalos muito curtos, sendo todos os três toques feitos numa mesma respiração.
  • Teruá - é uma sequência de toques muito curtos (entre nove e 15 toques) executados dentro de uma só respiração.
As sequências sempre começam com tekiá, têm no meio o shevarim ou o teruá ou a sequência de shevarim-teruá, terminando com outra tekiá. Essas sequências são agrupadas de três em três, e tocadas antes da reza de mussaf, durante a reza pessoal em silêncio, na repetição feita pelo chazan (que conduz a reza) em voz alta e cantada, e também no término da reza de mussaf. Dentro da reza pessoal em silêncio e na repetição do chazan, o toque do shofar é efetuado na conclusão de cada uma das três partes da reza. Ao final de cada um dos quatro grupos de toque, costuma-se prolongar além do comum a última tekiá, chamada tekiá guedolá.

A reza de mussaf

A palavra mussaf quer dizer "acréscimo" e se refere ao sacrifício adicional que era feito no Templo de Jerusalém na época bíblica, em dias especiais.
A reza de mussaf é acrescentada ao grupo de três rezas judaicas diárias (shacharit pela manhã; minchá à tarde; arvit à noite). Ela é feita somente em dias especiais do calendário judaico: aos sábados; no início dos meses judaicos;; nas festividades que têm origem na Torá.
Normalmente a reza de mussaf é composta pelas três primeiras bençãos (que são comuns a todas as rezas), pelas três últimas bençãos (que também são comuns a todas as rezas) e, no meio, por uma benção que contém a descrição dos sacrifícios que eram feitos em Jerusalém na época bíblica, além da santificação específica do dia santo a que se refere.
Somente em Rosh hashaná são acrescentadas três bençãos no meio, em vez de uma só. Estas três benção são:
  • Malchuiot (reinado/coroação) - nesta parte se especifica o sacrifício diário, e se declara D'us como o Rei do Universo.
  • Zichronot (lembranças) - nesta parte se traz a tona as recordaçõs bíblicas positivas ao povo judeu, de forma que, por mérito destas, o julgamento seja favorável a cada pessoa e a todo o povo.
  • Shofarot (toque do shofar) - nesta parte citam-se passagens bíblicas referentes ao toque de shofar como fonte de arrependimento e como indicador da redenção do povo judeu, e também se santifica o dia de Rosh Hashaná com a palavra.
Ao final de cada uma destas partes, costuma-se tocar o shofar, como foi citado acima.

Comidas especiais

No jantar da véspera de Rosh Hashaná, costuma-se trazer à mesa comidas típicas como sinal para um ano novo bom e doce. Segundo a mística judaica da cabala, esses símbolos têm o poder de mudar o destino, mas, de acordo com linhas mais racionalistas, eles são símbolos que fazem nosso ponto de vista mudar com relação a fatos passados e futuros - a perpectiva que temos de um fato podem mudar o significado do que ele é ara nós.

Chalá Redonda (o pão redondo)

Maçã com mel

Romã

Tâmara

Peixe

Cabeça de carneiro (ou de peixe)

outros símbolos

Cada comunidade tem seus costumes com relação aos símbolos comidos nesta noite.

Saudações tradicionais

Shana Tová é a saudação tradicional do Rosh Hashanah e significa "Bom ano" (em hebraico: שנה טובה). Alternativamente, usa-se Shana Tovah Umetukah, que significa "Um ano bom e doce" (em hebraico: שנה טובה ומתוקה) e Ketiva ve-chatima tovah ("Que você seja inscrito e selado para um bom ano." (em hebraico: כתיבה וחתימה טובה)
Rosh Hashaná é também considerado o "dia do juízo" - quando Deus inscreve, em três livros, o destino dos justos, dos não tão justos e dos absolutamente ímpios, respectivamente. Os justos são imediatamente selados no livro da vida; aos não tão justos, são dados 10 dias para reparar e refletir sobre suas transgressões (até Yom Kippur); os ímpios, segundo o Talmud, "são riscados do livro da vida para sempre." Por essa razão, na primeira noite de Rosh Hashanah, após as preces vespertinas, é costume, entre os asquenazim e os hassidim, desejar L'shana tovah tikoteiv v'tichoteim (le'alter lechaim tovim u'leshalom), o que significa: "Que você seja (imediatamente) inscrito e selado (no livro da vida) para ter um bom ano (e uma vida boa e pacífica)" [6] Em muitos lugares, costuma-se dizer simplesmente a gut yoar ("um bom ano", em iídiche).[7]
Já entre os sefardim, a saudação formal é Tizku leshanim rabbot ("que você mereça muitos anos"), à qual se responde ne'imot ve-tovot ("bons e agradáveis").
 

Ano Novo judaico