Para entender o que
são a Mishná e o Talmud, você precisa primeiro entender
o que é a Torá. Para começar, a Torá é
bastante vaga, por exemplo, a Torá diz "não trabalhar"
no Shabat. Mas o que é "trabalhar?" Para responder a
esta e outras perguntas, D'us explicou toda a Torá oralmente a
Moshê. Moshê então explicou a Torá inteira oralmente
ao povo. Esta explicação, portanto, é denominada
Torá Oral. No Monte Sinai, foram entregues duas Torot: a Torá Escrita (o Pentateuco) e a Torá Oral. A Torá Oral inclui desde leis e ramificações das leis da Torá Escrita, até estudos sobre a parte oculta da Torá e comentários e explicações sobre as mitsvot. Tanto as leis que foram entregues a Moshê no Sinai, quanto as conclusões e explicações alcançadas em cada geração são consideradas parte da Torá Oral. No início, a Torá Oral era de fato oral, ou seja, era passada de boca em boca, e assim transmitida de geração em geração. No entanto, aproximadamente no final da época do Segundo Templo, os Sábios temeram que a Torá Oral fosse esquecida. O Império Romano ganhava força, e com isso o povo de Israel estava sendo espalhado pelo mundo, sofrendo várias tragédias. Caso não arrumassem aquilo que se estudava em cada Beit Midrash (casa de estudo) na forma escrita, o contato entre eles seria perdido. Então, os Sábios decidiram escrever tudo aquilo que era estudado, e as diferentes opiniões de cada Beit Midrash. Mil e quinhentos anos após a outorgada da Torá no Monte Sinai, escreveram a Mishná. Após um certo tempo, no entanto, perceberam que a Mishná havia sido escrita de uma forma bastante resumida, e as pessoas acabariam esquecendo todas as explicações e motivos que havia por trás da Mishná. Foi então que resolveram compilar o Talmud, explicando as opiniões dos Sábios sobre a Mishná. Existem dois Talmudim: o Talmud de Jerusalém (Yerushalmi) e o Talmud da Babilônia (Bavli), escritos pelos Sábios judeus das respectivas cidades. O Talmud da Babilônia é mais claro, e portanto é o mais estudado. Ele é organizado em sessenta tratados. Hoje em dia, no entanto, possuímos apenas trinta e sete tratados. Os 63 volumes da Mishná são divididos em seis seções, cada uma sobre uma área diferente da antiga vida judaica: Agricultura, Dias Festivos, Lei Civil, Relações Familiares, Sacrifícios no Templo Sagrado e Pureza Ritual. Quarenta deles acompanham o comentário talmúdico, consistindo de enormes livros abarrotados de escrita em aramaico, um idioma semítico extinto que usa o alfabeto hebraico. O Talmud segue a estrutura de seis seções da Mishná. Como posso estudar o Talmud? 1 - Evite estudar sozinho Embora o estudo do Talmud tenha entrado na moda, próximo ao estudo da Cabalá, jamais deve ser estudado sozinho - você apenas ficará confuso. Mesmo com o crescente número de volumes bem traduzidos e elucidados à disposição atualmente, o estilo do Talmud é tal que não se pode superá-lo, não importa o quanto tente. 2 - Estude com um parceiro ou com um grupo OK, então você decidiu estudar o Talmud por si mesmo, usando sua versão novinha em folha. Está na terceira página, e empaca - alguma coisa não faz sentido. Os comentários ajudam, mas não completamente - o que fazer? Antecipando este problema, os rabinos instituíram aquilo que pode-se chamar de "sistema de coleguismo" conhecido como chavrutá, em hebraico - sempre estudar Torá, e especialmente o intricado e desafiador Talmud - com um parceiro. 3 - Lembre-se do que está fazendo O Talmud não é apenas uma exposição massuda da lei e doutrina judaicas - é parte da Torá. Em outras palavras, não é apenas outro livro - é um livro judaico. Ao estudar Talmud, lembre-se que está estudando Torá, e que a Torá deve ser abordada com respeito e humildade. |
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quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Talmud - A toráh oral
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